Projeto Porto 2001
Informação retirada de PROAP estudos e projecto de
arquitectura paisagista Lda
http://www.proap.pt/site/l_por/projectos/cordoaria.html
Data: 1999/2000
Localização: Porto, Portugal
Área: 8.000 m2
Cliente: Sociedade Porto 2001 S.A.
Coordenadores de Projeto:
Nuno Jacinto, Luís Carvalho, Carla Silva, Nuno Mota, Mafalda Silva
Arquitectura:
Camilo Cortesão e Mercês Vieira
Consultores:
Victor Abrantes
GEG - Paulo Pimenta
Rodrigues Gomes
Fotogradia:
Leonardo Finotti
O Jardim da Cordoaria implanta-se, como em tantas outras situações da mesma época, como um manifesto, corporização de transformações sociais profundas, pela apropriação elegante de um espaço de características profundamente populares. O caminho escolhido passa por um desenho de autor correspondendo a um conceito muito preciso quanto ao ambiente a criar e às formas possíveis para o habitar, substituindo um terreiro de feira por um desenho que configura o espaço como um cenário recatado e bem isolado do exterior, espaço de lazer, de encontro e de representação social.
O jardim deixa de ser um espaço fechado para passar a ser limitado por fronteiras difusas que se relacionam com a envolvente. Muros altos e sebes livres foram substituídos por sebes talhadas de altura reduzida, ao mesmo tempo que as árvores viam elevar as suas copas. A intervenção visa assumir a fluidez das fronteiras anteriormente referidas englobando-as num espaço sem transições óbvias entre zona verde e zona inerte. Assim, propõe-se o redesenho de toda a área de intervenção, do Palácio de Justiça ao triângulo dos Clérigos, da Relação à Guarda Republicana como um espaço único, sempre sujeito à mesma, quase obsessiva, regra de espaço homogéneo, apesar de constituído em realidades profundamente diferentes, de onde surgem, singulares e autónomos, os volumes da Faculdade de Ciências, do quarteirão antigo e da alameda de plátanos. No espaço do Jardim o repetitivo padrão encontra materiais específicos; saibro, relvado e sebes arbustivas que, sujeitos ainda à mesma regra geométrica, constroem um espaço de jardim imperceptivelmente surgido da área onde é maior a expressão dos materiais inertes.
Os traçados de caminhos e a localização dos espaços de estada, organizam-se agora transgredindo a geometria do desenho global, de acordo com novos fluxos e destinos onde os percursos são traçados como vazios que interrompem a continuidade das faixas sucessivas. A consistência celular do desenho organiza o espaço num tecido mutável de norma regradora muito clara que identifica todo o espaço como um mesmo organismo, e torna-o reconhecível como se reconhece um corpo vivo, independentemente do tecido localmente aparente.
Localização: Porto, Portugal
Área: 8.000 m2
Cliente: Sociedade Porto 2001 S.A.
Coordenadores de Projeto:
Nuno Jacinto, Luís Carvalho, Carla Silva, Nuno Mota, Mafalda Silva
Arquitectura:
Camilo Cortesão e Mercês Vieira
Consultores:
Victor Abrantes
GEG - Paulo Pimenta
Rodrigues Gomes
Fotogradia:
Leonardo Finotti
O Jardim da Cordoaria implanta-se, como em tantas outras situações da mesma época, como um manifesto, corporização de transformações sociais profundas, pela apropriação elegante de um espaço de características profundamente populares. O caminho escolhido passa por um desenho de autor correspondendo a um conceito muito preciso quanto ao ambiente a criar e às formas possíveis para o habitar, substituindo um terreiro de feira por um desenho que configura o espaço como um cenário recatado e bem isolado do exterior, espaço de lazer, de encontro e de representação social.
O jardim deixa de ser um espaço fechado para passar a ser limitado por fronteiras difusas que se relacionam com a envolvente. Muros altos e sebes livres foram substituídos por sebes talhadas de altura reduzida, ao mesmo tempo que as árvores viam elevar as suas copas. A intervenção visa assumir a fluidez das fronteiras anteriormente referidas englobando-as num espaço sem transições óbvias entre zona verde e zona inerte. Assim, propõe-se o redesenho de toda a área de intervenção, do Palácio de Justiça ao triângulo dos Clérigos, da Relação à Guarda Republicana como um espaço único, sempre sujeito à mesma, quase obsessiva, regra de espaço homogéneo, apesar de constituído em realidades profundamente diferentes, de onde surgem, singulares e autónomos, os volumes da Faculdade de Ciências, do quarteirão antigo e da alameda de plátanos. No espaço do Jardim o repetitivo padrão encontra materiais específicos; saibro, relvado e sebes arbustivas que, sujeitos ainda à mesma regra geométrica, constroem um espaço de jardim imperceptivelmente surgido da área onde é maior a expressão dos materiais inertes.
Os traçados de caminhos e a localização dos espaços de estada, organizam-se agora transgredindo a geometria do desenho global, de acordo com novos fluxos e destinos onde os percursos são traçados como vazios que interrompem a continuidade das faixas sucessivas. A consistência celular do desenho organiza o espaço num tecido mutável de norma regradora muito clara que identifica todo o espaço como um mesmo organismo, e torna-o reconhecível como se reconhece um corpo vivo, independentemente do tecido localmente aparente.