Livraria
Lello e Irmão, também conhecida como Livraria
Chardron ou simplesmente Livraria Lello, situa-se na Rua das Carmelitas 144, na freguesia da Vitória
da cidade do Porto,
em Portugal.
Em
virtude do seu ímpar valor histórico e artístico, a Lello tem sido reconhecida
como uma das mais belas livrarias do mundo por diversas personalidades e
entidades, casos do escritor espanhol Enrique Vila-Matas, do jornal britânico
The Guardian
e da editora australiana de guias de viagens Lonely Planet.
A
empresa remonta à fundação da "Livraria Internacional de Ernesto
Chardron", em 1869,
na Rua dos Clérigos, n.º 296-298, no Porto. Antigo
empregado da Livraria Moré, o cidadão francês
Ernesto Chardron alcançou projeção como editor, sendo o primeiro a publicar
grande parte das obras de Camilo Castelo Branco e outras de relevo
na época, como o Tesouro da Literatura Portuguesa, de Frei Domingos
Vieira. Após o imprevisto falecimento do fundador, aos 45 anos de idade, a
casa-editora foi vendida à firma "Lugan & Genelioux, Sucessores"
que, pouco depois, ficou com Mathieux Lugan como seu único proprietário. Em 1891, a Livraria Chardron
adquiriu os fundos de três casas livreiras do Porto, pertencentes a A. R. da
Cruz Coutinho, Francisco Gomes da Fonseca e Paulo Podestá.[1]
Entretanto,
em 1881
José Pinto de Sousa Lello abriu um estabelecimento, nos números 18-20 da Rua do Almada,
dedicando-se ao comércio e edição de livros. A 30 de junho
de 1894
Mathieux Lugan vendeu a antiga Livraria Chardron a José Pinto de Sousa Lello
que, associado ao seu irmão António Lello, manteve a Chardron com a razão
social de "Sociedade José Pinto Sousa Lello & Irmão". Em 1898, entrou para a nova
sociedade o fundo bibliográfico da Livraria Lemos & C.ª, fundada pelos
irmãos Maximiliano e Manuel de Lemos.[1]
Com
projeto do engenheiro Francisco Xavier Esteves, no dia 13 de janeiro
de 1906
inaugurou-se o novo edfício da Livraria Lello, no número 144 da Rua das Carmelitas, causando grande impacto no
meio cultural da época. De entre as diversas figuras presentes na inauguração,
encontrava-se Guerra Junqueiro, Abel Botelho,
João Grave,
Bento
Carqueja, Aurélio da Paz dos Reis, José Leite de Vasconcelos e Afonso Costa.[2]
A
24 de maio
de 1919,
a razão social do estabelecimento foi alterada para "Livraria Lello e
Irmão, Lda.", entrando para a sociedade Raul Reis Lello, filho de António
Lello. Em 1924,
entraram José Pinto da Silva Lello e Edgar Pinto da Silva Lello. Em 1930, foi a vez de José
Pereira da Costa, genro de António Lello, entrar também para a sociedade,
simplificando-se então o nome para "Livraria Lello". Cinco anos mais
tarde, José da Costa afastou-se, recuperando-se a designação "Lello &
Irmão". Raul Reis Lello faleceu em 1949 e António Lello em 1953. À frente da livraria
seguiram-se, José Pinto da Silva Lello, falecido em 1971, e Edgar Pinto da
Silva Lello, que faleceu em 1989.[1]
Com
o objetivo de se adaptar aos tempos presentes, a livraria modernizou-se,
criando-se uma nova sociedade — Prólogo Livreiros, S.A. —, da qual faz parte um
dos herdeiros da família Lello. Todo o espaço foi restaurado em 1995, o serviço foi
atualizado e informatizado, tendo também sido criado um espaço de galeria de
arte e de tertúlia que se tem afirmado como um importante polo cultural
da cidade do Porto
Texto retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Livraria_Lello_e_Irm%C3%A3o