25/01/13

Livraria Lello e Irmão


Livraria Lello e Irmão, também conhecida como Livraria Chardron ou simplesmente Livraria Lello, situa-se na Rua das Carmelitas 144, na freguesia da Vitória da cidade do Porto, em Portugal.

Em virtude do seu ímpar valor histórico e artístico, a Lello tem sido reconhecida como uma das mais belas livrarias do mundo por diversas personalidades e entidades, casos do escritor espanhol Enrique Vila-Matas, do jornal britânico The Guardian e da editora australiana de guias de viagens Lonely Planet.

 

A empresa remonta à fundação da "Livraria Internacional de Ernesto Chardron", em 1869, na Rua dos Clérigos, n.º 296-298, no Porto. Antigo empregado da Livraria Moré, o cidadão francês Ernesto Chardron alcançou projeção como editor, sendo o primeiro a publicar grande parte das obras de Camilo Castelo Branco e outras de relevo na época, como o Tesouro da Literatura Portuguesa, de Frei Domingos Vieira. Após o imprevisto falecimento do fundador, aos 45 anos de idade, a casa-editora foi vendida à firma "Lugan & Genelioux, Sucessores" que, pouco depois, ficou com Mathieux Lugan como seu único proprietário. Em 1891, a Livraria Chardron adquiriu os fundos de três casas livreiras do Porto, pertencentes a A. R. da Cruz Coutinho, Francisco Gomes da Fonseca e Paulo Podestá.[1]

Entretanto, em 1881 José Pinto de Sousa Lello abriu um estabelecimento, nos números 18-20 da Rua do Almada, dedicando-se ao comércio e edição de livros. A 30 de junho de 1894 Mathieux Lugan vendeu a antiga Livraria Chardron a José Pinto de Sousa Lello que, associado ao seu irmão António Lello, manteve a Chardron com a razão social de "Sociedade José Pinto Sousa Lello & Irmão". Em 1898, entrou para a nova sociedade o fundo bibliográfico da Livraria Lemos & C.ª, fundada pelos irmãos Maximiliano e Manuel de Lemos.[1]

Com projeto do engenheiro Francisco Xavier Esteves, no dia 13 de janeiro de 1906 inaugurou-se o novo edfício da Livraria Lello, no número 144 da Rua das Carmelitas, causando grande impacto no meio cultural da época. De entre as diversas figuras presentes na inauguração, encontrava-se Guerra Junqueiro, Abel Botelho, João Grave, Bento Carqueja, Aurélio da Paz dos Reis, José Leite de Vasconcelos e Afonso Costa.[2]

A 24 de maio de 1919, a razão social do estabelecimento foi alterada para "Livraria Lello e Irmão, Lda.", entrando para a sociedade Raul Reis Lello, filho de António Lello. Em 1924, entraram José Pinto da Silva Lello e Edgar Pinto da Silva Lello. Em 1930, foi a vez de José Pereira da Costa, genro de António Lello, entrar também para a sociedade, simplificando-se então o nome para "Livraria Lello". Cinco anos mais tarde, José da Costa afastou-se, recuperando-se a designação "Lello & Irmão". Raul Reis Lello faleceu em 1949 e António Lello em 1953. À frente da livraria seguiram-se, José Pinto da Silva Lello, falecido em 1971, e Edgar Pinto da Silva Lello, que faleceu em 1989.[1]

Com o objetivo de se adaptar aos tempos presentes, a livraria modernizou-se, criando-se uma nova sociedade — Prólogo Livreiros, S.A. —, da qual faz parte um dos herdeiros da família Lello. Todo o espaço foi restaurado em 1995, o serviço foi atualizado e informatizado, tendo também sido criado um espaço de galeria de arte e de tertúlia que se tem afirmado como um importante polo cultural da cidade do Porto







Texto retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Livraria_Lello_e_Irm%C3%A3o