24/01/13

História do Jardim da Cordoaria


O Jardim João Chagas ou Jardim da Cordoaria , de seu nome original, é conhecido pela atividade que os cordoeiros lá executaram durante 200 anos. Porém este jardim teve a sua origem num extenso campo de oliveiras que ia do Carregal, ao Carmo e a Praça Carlos Alberto. Foi no século XVII esta zona urbanizou-se e consecutivamente, Em 1839, com o surgimento do Mercado do Anjo, começou ali a realizar-se uma feira diária. sendo uma das mais importantes a feira de S.Miguel. Por essa altura, a alameda passou a designar-se Campo dos Mártires da Pátria e, mais tarde, Passeio Público. Com a obra do paisagista alemão Emilio David, que esteve envolvido em vários outros projetos de espaços verdes, nomeadamente o Palácio de Cristal e o Passeio Alegre, é o autor do processo de ajardinamento desta área, executado em 1865/1866. Com plantas raras em redor de um lago, várias estátuas, bancos e coreto, este jardim, característico dos jardins românticos do século XIX, foi considerado na época um jardim botânico. Passou a ser muito frequentado pela burguesia da cidade, até ao início do século XX. Em 1941 um violento ciclone devastou o jardim, que posteriormente foi replantado. Em 2001, no âmbito do Porto 2001, Capital Europeia da Cultura, este jardim sofreu nova remodelação. Este jardim é detentor, desde 2005, de árvores classificadas de Interesse Público pelo decreto-lei n.º 28468 de 15-02-1938: a alameda de plátanos e a imponente araucária bidwillii. Atualmente, este passeio tem ao centro um lago rodeado por três esculturas: uma Flora, da autoria de Teixeira Lopes, inaugurada em 1904 e dedicada ao floricultor Marques Loureiro; uma estátua de Ramalho Ortigão, da autoria de Leopoldo de Almeida, inaugurada em 1909 e um busto de António Nobre, bronze da autoria de Tomás Costa, inaugurado em 1926 e um conjunto de esculturas de Juan Muñoz de 2001.
Este parque teve vários nomes ao longo da sua existência: Campo do Olival (1613), Alameda do Olival (1661), Jardim da Cordoaria (1162) e, desde 1835, jardim João Chagas ou Campo dos Mártires da Pátria. No entanto, esta zona da cidade é conhecida por “Cordoaria” pois foi aqui que se instalaram os cordoeiros de Miragaia. É um parque bastante grande, com vegetação abundante, bancos para as pessoas se sentarem, uma lagoa com uma grande fonte ornamental e várias esculturas, como o monumento dedicado a Ramalho Ortigão e a homenagem aos Mártires da Pátria. O parque ocupa a zona central do quarteirão e está rodeado de edifícios interessantes. O Jardim da Jardim João Chagas/ Cordoaria tem uma forma triangular projetada de início, sendo cada lado realçado pelo alinhamento de árvores de folha caduca. A poente, em frente ao Palácio de Justiça, encontra-se uma alameda de plátanos; a sul, encontra-se o passeio das tílias; a norte, erguem-se carvalhos americanos, alguns centenários, outros recentemente plantados. No meio do jardim, existe um lago romântico com uma ilha, cercado de árvores exóticas, na maioria resinosas (araucárias, cedros e sequóias). Ao longo do ano, o arvoredo deste jardim vai variando em cores e contrastes.
O Jardim da Cordoaria, é previlegiado pela sua imponente localização na Baixa do Porto. Situa-se nas proximidades da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, da Torre dos Clérigos, do Palácio da Justiça, do Café Piolho, do Teatro Carlos Alberto, entre outros importantes locais da cidade.
 

http://olhares.sapo.pt/jardim-joao-chagas-cordoaria-foto3624645.html

                                                   Projeto Emílio David 1866/67